domingo, 20 de novembro de 2011

One Day

É, faz uma década que eu não venho aqui, é bem verdade. Eu sou a rainha de começar coisas e não as terminar, então não vou nem dar desculpas pro fato de não ter terminado o projeto dos casais ou por nunca mais aparecer aqui. Vou direto ao motivo do post, personagens que me marcaram de forma inegável...


Não vou negar, fiquei sabendo sobre One Day quando fui ao cinema e vi o trailer do filme (sobre o qual eu falarei daqui a pouco). Mas eu tenho manias e assim que eu soube que era a adaptação de um livro, decidi, claro, que eu tinha que ler o livro primeiro. Iai começou a saga pra achar o livro, que eu não vou detalhar aqui. O importante é que graças a Adara, eu peguei o livro pra ler, finalmente, no final do mês passado e, seriously, me apaixonei.

(falarei sobre detalhes do enredo aqui, se você não leu o livro NÃO LEIA O POST. Sério mesmo. Não estrague a experiência!)

O enredo é aparentemente simples. Emma e Dexter se conhecem no dia da formatura da faculdade e passam a noite juntos. Só passam a noite juntos mesmo, conversando e, no máximo, trocando beijos. E a partir dessa noite, suas vidas ficam entrelaçadas, pra sempre e nós, leitores, os encontramos todos os anos a partir de então, no exato aniversário dessa primeira noite.

Uma fórmula simples e aparentemente não muito brilhante, se não fosse pela forma como David Nicholls constrói os personagens, seus sentimentos e suas histórias. Não há como não se apaixonar, perdidamente, por esses dois jovens que, como todos nós, tentam encontrar seu lugar no mundo e a pessoa certa pra estar ao seu lado.

A vida dos dois é construída, inteiramente, nos seus encontros e desencontros, nos sentimentos que eles tem um pelo outro mas que, cada um por seus motivos, eles reprimem durante anos a fio. E suas vidas não estão sempre no mesmo passo, eles estão sempre em momentos diferentes, enfrentando coisas diferentes, mas procuram, de alguma forma, estar lá um para o outro, da maneira que for possível.

Quando Dexter está por cima, apresentando programas de televisão e caindo na noite constantemente, envolvido com mil mulheres, drogas e álcool, Emma está trabalhando em um restaurante mexicano, vivendo uma vida vazia e sem propósito. Mais tarde, é Emma quem se torna uma escritora de relativo sucesso, enquanto Dexter tenta se recuperar de uma carreira e de um casamento fracassados. Claro, o relacionamento não é um mar de rosas. Há ressentimentos, de monte, o tempo todo. 

Há, inclusive, uma briga que quase acabou comigo, na qual Dexter, em alta na sua medíocre carreira, diz a Emma que "those who can do, those who can't... teach" e ela responde com um arrasador "I love you, Dexter, I just don't like you anymore" - e eu virei um poço de lágrimas e sentimentos conflitantes porque, de alguma forma, ela estava mais do que certa, mas sabe quando você não aguenta ver pessoas queridas brigando? Então, foi bem isso que eu senti...

O engraçado é que o final do livro, surpreendente e triste pra caramba, me fez querer largar mão dele por uns dias. Deixei ele de lado e ficava olhando pra ele em diferentes momentos, sem saber se eu queria saber o que aconteceria a seguir... Não só porque eu não queria ver personagens tão queridos sofrendo, mas também porque eu sabia que, assim que eu acabasse, eu ficaria extremamente triste...


E, no final, é essa a característica mais marcante do livro, a forma como esses personagens tornam-se familiares, sabe? Você se pega torcendo por eles constantemente, sofrendo com eles como se eles fossem amigos queridos... E sabe aquele vazio que a gente tem quando termina de ler um livro muito especial? Foi ainda maior com One Day... Porque foi como se eu tivesse que abrir mão de pessoas que faziam parte da minha vida! Parece loucura, mas é o que o Nicholls fez comigo com essa obra prima...

E, acabado o livro, tudo o que eu mais queria, claro era ver o filme. Que, sei lá eu por qual motivo, teve sua estreia adiada aqui no Brasil infinitas vezes, o que me deixou um bocado chateada. A ponto de ficar vendo os dois trailers do filme no YouTube de uma forma pateticamente constante...

Mas, sabecomé, né? A internet é um paraíso pra quem sabe usá-la e links apareceram em todos os cantos e, apesar de ter prometido prazamigas (sorry, Marcela!) que eu esperaria para ver no cinema, não resisti e acabei me entregando a curiosidade e ao amor desmedido e assisti ao filme...


O mundo criticou a escolha da Anne Hathaway como Emma. Ah, será que não tinha uma atriz britânica pro papel, que não precisasse fingir o sotaque e blablabla... Não vou entrar em pormenores, até porque eu não sei os motivos do casting dela, mas vou dizer que ela fez uma Emma perfeita. Ela foi dorky e esquisita e ela foi linda de morrer. Ela foi nerd e sexy, ela foi feliz e triste, ela me fez rir e me fez chorar, como sempre. Pra mim, não tinha outra pessoa, independente de nacionalidades e sotaques...

Já o Jim Sturgess não foi discutido, por motivos óbvios. Ele é lindo e talentoso e conseguiu atingir todos os níveis do Dexter com perfeição. O Dex é um personagem com o qual a gente alterna os sentimentos, num minuto você o acha a coisa mais adorável do mundo e no minuto seguinte você quer que ele desapareça, e o Jim conseguiu tudo isso, às vezes em cenas curtas, com poucos diálogos.

Sobre a adaptação, é aquela coisa de sempre: melhor que o livro, nunca é. (a não ser que a gente esteja falando dos filmes baseados nos livros do Nicholas Sparks. Aí, por algum motivo bizarro, os filmes são sempre melhores, na minha opinião. Impressionante). O filme é rápido e toca em alguns aspectos do relacionamento de forma superficial. Acredito que isso aconteça porque o livro é cheio de capítulos com mínimo de diálogos e muitos, muitos sentimentos e pensamentos dos personagens, coisas que você não consegue transmitir pra tela do cinema com a mesma força. Mas o filme transmite pra tela a mesma qualidade que o David Nicholls transmitiu para as páginas do livro: a familiaridade dos personagens.

A Emma e o Dexter da Anne e do Jim são tudo o que eu queria que fossem e eles me contaram a história - pelo menos as partes mais importantes dela - exatamente do jeito que eu queria. E, apesar de eu já ter lido o livro e saber exatamente quando e como certas coisas aconteceriam, me peguei na beira da cadeira em diferentes momento, discutindo com eles as atitudes tomadas, torcendo para coisas acontecerem mais cedo do que elas aconteceriam e temendo o que eu sabia que ia acontecer, mas que eu não queria ver de jeito nenhum...

(e minha cena preferida? Aquela mesma do livro, do "I love you, Dexter... I just don't like you anymore" - já foi uma cena forte em palavras, vendo as expressões da Anne e do Jim, então? Preciso dizer que chorei?)

Resumindo, eu com certeza recomendo. Tanto o livro quanto o filme. Mas, se possível, livro primeiro e filme depois. A experiência do livro é mais completa e faz com que fique mais fácil se apaixonar - e shipar! - os personagens do filme...

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