sexta-feira, 3 de junho de 2011

Mulder e Scully (Arquivo X)

É meio complexo, pra mim, falar de Mulder e Scully. Junto com Lois e Clark eles foram os primeiros casais que eu gostei, achei bonitinho... Meu pai ama ficção cientifica e HQ’s, então eu conheço Lois e Clark desde que me entendo por gente; e eu acompanhava Arquivo X com o meu pai desde muito pequena (se não me falha a memória o primeiro episodio que eu vi foi Memento Mori – quarta temporada – e eu tinha uns nove ou dez anos).

Então, esse casal é assim, a epítome do que uma parceria deve ser (pra mim). Desculpa os que vieram depois, incluindo os que eu amo também, mas é impossível superar o que Mulder e Scully foram para o gênero, pra internet e para o universo dos fandoms. Eu lia fics Mulder/Scully sem mesmo saber o que fics eram (a revista Sci Fi fez um concurso no começo de 2000 e publicou as melhores fics que foram enviadas e eu li todas elas enlouquecidamente sem nem ao menos saber o que tava acontecendo – anos depois eu iria acabar escrevendo fics também, algumas sobre Mulder e Scully mesmo, mas isso é outro assunto).

Mas, vamos lá (e esse é o último post com um casal que nossa querida Luce não conheça, a partir de agora serão casais que as duas adoram, logo, a pressão aumenta em 100%).


Fox Mulder teve a sua irmã raptada quando ele ainda era muito novo, e ele passou o resto da sua vida tentando provar a teoria de que a sua irmã teria sido levada por alienígenas. É isso que o tornou o que ele é, um homem bizarramente inteligente com um propósito único – e muitas vezes obsessivo. E é assim que o conhecemos, trabalhando no porão do prédio do FBI, sozinho.

Dana Scully, por sua vez, é uma contradição ambulante. Médica, tem seus pés firmes na terra e acredita que tudo no mundo possa ser cientificamente provado. Ela é designada para trabalhar com o Mulder por superiores no FBI, com a intenção de desacreditar o trabalho dele (aí já entramos no mais lindo de Arquivo X – depois de Mulder e Scully, claro – que é a conspiração governamental por trás da vinda dos alienígenas e sua ocultação).

E é lógico que isso não aconteceu. Eles a colocaram ali para que o seu pragmatismo finalmente fizesse com que o Mulder desacreditasse de todas as suas suposições, eles precisavam que o lado racional da Scully conseguisse combater o emocional dele e isso resultasse no fechamento dos Arquivos X, encobrindo assim todas as experiências e segredos do governo americano em relação a vida inteligente fora do nosso planeta. A única coisa com a qual eles não contavam era com a possibilidade da crença do Mulder, juntamente com tudo o que ela chegaria a ver, fosse pouco a pouco colocando todas as certezas que ela tinha em risco.

E com essa dinâmica que o relacionamento dos dois começa a progredir, com ela sempre o questionando e ele colocando em pauta tudo o que ela conhece e julga ser verdade. O companheirismo que surge dessa relação ultrapassa todos os limites. Por causa dessa busca enlouquecida do Mulder em busca da “verdade” ele coloca, em algum momento ou outro, praticamente todas as pessoas com quem ele se importa em perigo, a Scully sendo a mais afetada sempre.

A lealdade dos dois é colocada em prova várias e várias vezes. Fica muito claro logo no começo da série que a ligação dos dois é muito forte, um grau de confiança (trust no one) inabalável que os leva a questionar um ao outro, a buscar um grau de entendimento comum entre eles.

Tem uma fala do Mulder no primeiro filme de Arquivo X (Fight The Future) que, na minha opinião, resume o relacionamento dos dois perfeitamente.
But you saved me! As difficult and as frustrating as it's been sometimes, your goddamned strict rationalism and science have saved me a thousand times over! You've kept me honest. You've made me a whole person. I owe you everything... Scully and you owe me nothing. I don't know if I wanna do this alone. I don't even know if I can. And if I quit now, they win.


Um dos aspectos mais perfeitos do relacionamento dos dois é exatamente isso que o Mulder menciona, o fato que a Scully veio para desacreditar tudo o que ele vinha fazendo a um bom tempo, mas acabou por salvar o Mulder dele mesmo.

A Scully entende a fraqueza do Mulder, esse desespero para desvendar esse mistério que vive com ele a tampo tempo, essa paranóia (o que ela acredita ser paranóia no começo) de que tudo e todos estão contra ele. Ela entende isso tudo e é aí que ela se torna fundamental para a sobrevivência dele, ela é a única pessoa que consegue puxar ele pro lado mais claro da balança e não deixar com que toda a negatividade jogada no caminho dele possa corrompê-lo.

(Tem uma cena do Mulder no hospital quando ele percebe que as chances dela viver estão se esgotando e ele não consegue mais agüentar e se entrega ao desespero total chorando enlouquecidamente ao lado da cama dela e esse é um dos momentos mais tristes da série toda pra mim por que o desespero dele é tão grande, ele tentou de tudo para salvar a pessoa mais importante da vida dele e não conseguiu, é como se ele tivesse tido uma segunda chance depois do desaparecimento da sua irmã e as mesmas pessoas que a levaram agora estão querendo tirar a Scully da sua vida também e esse é o único golpe do qual ele não vai conseguir se recuperar).

E com o tempo não só ela o salvou como ele deu a ela um novo propósito. A busca dele se tornou a busca dela, não só pelo simples fato dela passar a acreditar no mesmo que ele acreditava, mas por que para chegarem ao Mulder, eles passaram por ela também. Scully foi alvo de experimentos e incubadora de pelo menos dois vírus diferentes que quase a mataram. Mas mesmo assim, passando por tudo o que ela passou (a infertilidade que aconteceu devido a um dos experimentos – e depois a gravidez dela, algo que foi considerado um milagre por ela, mas que ficou claro que não era bem assim, e ela teve que se separar do pequeno William para o bem da criança), ela continuou ao lado do Mulder para que juntos eles conseguissem acabar com essa conspiração – mesmo sabendo lá no fundo que seria extremamente utópico acreditar que os dois, sozinhos, conseguiriam acabar com uma conspiração que vinha crescendo exponencialmente a tanto tempo.

(E quando o Mulder é abduzido ela passa a trabalhar só e simplesmente para acha-lo e trazê-lo de volta, mas para todos os lados que ela olha ela não consegue achar nada que a ajude a encontra-lo; e quando uma pista finalmente surge e ela o encontra – em uma das cenas mais lindas da série por que ele acabou de ser deixado por uma nave espacial e meu lado fanboy fica louco – e ele está morto, ou como nós descobrimos depois que os seus batimentos cardíacos estavam tão espaçados e fracos que davam a impressão dele estar morta, ela desmorona de uma maneira tão trágica sobre o corpo dele por que ele é a única pessoa que realmente sabe o que aconteceu com ela e como aquela criança que ela carrega é tão dela quanto dele e a ideia de um mundo sem o Mulder para ficar ao lado dela é tão assustadora que ela desmonta por alguns momentos e você consegue perceber o quanto ela acredita que a vida dela está indo embora junto com ele).

O amor dos dois é algo que, desculpem mais uma vez, nenhum outro casal vai conseguir comparar. Não por eles terem sido os primeiros nesse gênero (meio sci fi, meio procedural drama), mas por que os acontecimentos que os unem são de uma proporção tão épica que fica difícil fazer alguma coisa hoje em dia e não ser comparado a alguma coisa pela qual os dois passaram. Claro que comparações existem sempre, mas para superar, ou igualar o grau de perfeição que Mulder e Scully conseguiram alcançar em nove temporadas e dois filmes (e um possível terceiro), é praticamente impossível.

2 comentários:

Carol Colaneri disse...

Oi meninas =) boa ideia essa de falar sobre os casais, não conheço mtos deles mas estarei sempre aqui =)
keep writing =)
Beijos

Just Lucy disse...

Arrumei o que vc tinha me pedido, honey!

E aproveitei e li tudinho! Não posso dizer mta coisa, again, pq eu não tenho conhecimento necessário, mas eu acho genial o quanto esse casal é essencial na sua vida. Daqueles de escrever numa sentada, só, né?

Foi PJo pra mim...